Olhando fundo.


Eu lembrei de uma fase em que ainda estava nessa de ser bastante tolerante com alguns comportamentos que via . Eu escolhia simplesmente não dar importância ao que estava por trás de certas atitudes . É que machucava enxergar algumas pessoas. Eu ficava imaginando que essas pessoas estavam numa  fase da vida em que a gente quer ser aceito, quer fazer parte da "turminha". É aquela fase meio sem identidade. A pessoa  finge que gosta de tal coisa só para ter assunto. A pessoa bebe algo mesmo não sendo o seu  paladar preferido. A pessoa diz que não precisa  ter um romance para ser feliz e finge que estar sozinha é uma escolha e debocha da felicidade dos outros.
Me peguei com pena de gente que olha o mundo fora do seu umbigo com desdém, que canta vitória antes do tempo.Gente que não tem olhos suaves com o outro. Gente competitiva.Gente que não enxerga a beleza nos outros e que acha que tal pessoa não poderá ser feliz por quê não veste 36. Estou com pena de gente desconfiada. Que não se abre, que não se doa . Gente que vive em sua concha e que não deixa ninguém se aproximar de seu mundo. Gente que põe outras coisas na frente de laços importantes.
Isso abala um pouco minha fé em algumas pessoas hoje. Talvez amanhã passe e eu ache que isso é apenas coisa de pessoas  que não amadureceram. É que fazer 40 tem dessas coisas : a gente fica com o olhar  muito exigente. A gente percebe demais. E é difícil não sentir dor. É difícil desviar do que nossa visão nos mostra tão claramente.

Postagens mais visitadas deste blog

Poesia minha.

O que vem depois do "eu te amo" ?

Presente de sábado.