Felicidade diferente.

E se a gente não nasceu pra casar,pra ser mãe e ser esposa?E se nosso objetivo não for formar uma família?O que resta pra quem não se enquadra nesses sonhos convencionais?Eu digo que o que resta é o olhar de piedade das pessoas.Ninguém consegue admitir felicidade se não for aquela dos moldes tradicionais.E fico assustada com isso.Me pergunto por que tanta gente que conheço esta infeliz vivendo essa vida taxada de ideal?Não sei,cada dia me distancio mais desses moldes.Me distancio pois sou feliz sendo dona da minha casa.Minha e apenas minha.Me distancio pois mesmo estando a beira dos 35 ainda não me decidi se quero ter filhos.Me distancio porque apesar de ter um amor-e isso há 8 anos-não pretendo tão cedo dividir a mesma casa com ele.Causo espanto por não querer viver uma vida tradicional.Não quero por vários motivos.Absolutos apenas pra mim.A rotina me assusta.Tenho medo,admito.E talvez nunca venha a superar isso.A intimidade de dividir minha vida constantemente com quem amo me causa arrepios.Gosto de algumas cerimônias.Confio que elas são responsáveis por certos encantos.E vejo tantos casais desencantados com seus parceiros.E a coisa mais triste que acontece numa relação é quando você perde o encanto.Quando você não se importa mais em mostrar o “seu melhor”para a pessoa que esta ao seu lado.E o dia a dia as vezes massacra uma relação.E acho que quem consegue fazer diferente,merece um grande premio.Fico feliz com quem consegue fazer diferente.Pois levar uma vida a dois com filhos,grana apertada,frustrações e cansaço do trabalho,falta de tempo para namorar,pra se divertir,pra lembrar um pouquinho de que são pessoas normais(e não apenas pai e mãe)é uma maratona exaustiva.E vejo as pessoas tão cansadas.Tão infelizes.Isso me dá um certo pavor.Se penso na solidão?Penso.Mas sei que ela não é definitiva.Tenho certeza que nada nem ninguém supre a solidão.E ter filhos ou marido nunca vai ser garantia de não ficar só.Conheço tanta gente com esse“pacote”e que ainda assim se sente muito sozinha.Acho que cada dia mais,o que devemos exercitar é aprender a conviver com nós mesmos.Descobrir o que precisamos de verdade.Mas nada de “eu me basto".Não acredito que alguém se baste.É maravilhoso compartilhar.É maravilhoso amar.O que quero dizer,é que temos sim ,direito a felicidade de maneira diferente.Querendo coisas diferentes da maioria.E o que a gente precisa é que a maioria pare de nos olhar com estranheza,com piedade,com cobrança.Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é.Ou o que "quer".E de que forma quer.

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